A milícia radical islâmica Boko Haram assassinou vários cristãos na cidade de Madagali, no norte da Nigéria, onde os insurgentes tomaram o controle na semana passada, informaram nesta sexta-feira a imprensa local.
"Dezenas de pessoas foram assassinadas e uma grande quantidade de edifícios da igreja foram queimados", relatou o porta-voz da igreja da cidade, Gideon Obasogie, citado pelo jornal local "The Punch".
Madagali, situada no estado de Adamawa, está perto da cidade de Gwoza, onde no domingo o grupo fundamentalista islâmico declarou um califado islâmico.
Segundo relatou o sacerdote, "os homens cristãos são capturados e decapitados; as mulheres se veem obrigadas a se transformar em muçulmanas e são tomadas como esposas pelos terroristas".
Desde que a milícia radical se apoderou da cidade e começou com a perseguição dos cristãos, seus habitantes fugiram de suas casas, que foram ocupadas pelos insurgentes.
Por isso, explicou Obasogie, muitas igrejas foram obrigadas a fechar perante estes ataques do Boko Haram, que intensificou suas ações no nordeste do país, de maioria muçulmana, onde nas últimas semanas conquistou vários territórios perante a falta de preparação do Exército regular nigeriano para fazer frente.
Alguns moradores da zona relataram que os fundamentalistas içaram sua bandeira em seus povos após ter tomado o controle.
Boko Haram tem seu reduto espiritual e sua base de operações em Borno, mas atua também nos estados vizinhos de Adamawa e Yobe, onde o governo nigeriano declarou o estado de emergência.
Desde que a polícia acabou em 2009 com o então líder e fundador de Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que se intensificou nos últimos meses.
Neste ano, o grupo islamita assassinou cerca de três mil pessoas e a mais de 12 mil desde 2009, segundo os cálculos do governo.
Boko Haram, que significa em línguas locais "a educação não islâmica é pecado", luta por impor um califado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
A atriz Salma Hayek, centro, segura um cartaz com o pedido "tragam de volta as nossas meninas", uma campanha que tem sido realizada por diversas celebridades ao redor do mundo, em que pedem a libertação de cerca de 300 estudantes nigerianas sequestradas pelo grupo extremista islâmico nigeriano Boko Haram; a atriz participa do Festival Internacional de Cinema em Cannes, sul da França, neste sábado; da esquerda para a direita os diretores Paul Brizzi, Roger Allers, Joan C. Gratz e Gaetan Brizzi