por Izabella Araújo*

Moro há 18 anos em Várzea Grande, e com a proximidade das comemorações do aniversário de 147 anos do município, a rotina é a mesma: Hora de pintar os meios-fios da cidade e assistir ao desfile cívico. Sempre me pergunto, porque isso?

Se Várzea Grande fosse limpa, organizada, e sem queixas da população, eu confesso que até entenderia este ritual. Já que seria necessário retocar a tinta dos meios-fios para que combinasse com o visual da cidade, e o desfile é uma demonstração de patriotismo, orgulho pela cidade. Mas, Várzea Grande não é, e infelizmente está longe de ser limpa e organizada, para que possamos estar orgulhosos.

Estamos passando por grandes e incalculáveis problemas, que parecem estar longe de ser solucionado. Saúde, educação, falta de segurança, os quais os buracos no asfalto são dos males, os menores.

Sem contar os desmandos e os supostos desvios da gestão Walace Guimarães (PMDB), que a impressão que temos é que Várzea Grande regride no tempo, não acompanhou a evolução natural da idade, como outros municípios mais jovens de Mato Grosso.

E em meio ao caos instalado no município e o descrédito da população em Walace Guimarães, “maquiar” a cidade jogando pá de cal nos meios-fios, não vai mudar a opinião de 86,3% dos descontentes com sua gestão. Sem querer ser petulante, até para rebocar a cidade, é preciso competência, mas o que se vê é um serviço mal feito, por servidores mal remunerados, embaixo de um sol escaldante e sem nenhum tipo de proteção.

Ao que me parece, neste 15 de maio não há nada a se comemorar, mas como seguimos o ritual, a população vai a avenida Couto Magalhães assistir aos desfiles e acreditar que talvez num futuro, não muito distante, possamos elencar algumas qualidades do município, em que escolhemos para viver e possamos ter gestores mais comprometidos com esta cidade que hoje é Grande apenas no nome!

*Izabella Araújo é acadêmica do último semestre de jornalismo na Universiade de Cuiabá (Unic)