A Unidade Ressocialização deAadolescentes em Conflito com Lei,que era para ser modelo no país – instalado em Várzea Grande, lançado pelo governo do Estado de Mato Grosso em setembro de 2010 - não se concretizou e o prédio está servindo de refúgio de usuários de drogas e criadouro de bichos peçonhentos.
Quando lançado em 2010, o então secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Diógenes Curado Filho, prometeu que o Centro Socioeducativo de Várzea Grande teria uma filosofia totalmente pedagógica e iria abrigar 44 meninos e meninas em cumprimento de medida socioeducativa.
Diógens esteve no local em 10 de setembro de 2010, acompanhado da arquiteta da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal, Fernanda Paula Bortolato. Na oportunidade a arquiteta ainda enfatizou que seria uma novidade a unidade de ressocialização no município.
Veja o que disse a arquiteta: “O projeto contempla tudo que o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) exige. Uma coisa interessante dessa obra são os alambrados, que irão substituir os muros em torno da unidade. A ideia está sendo aplicada nas novas unidades socioeducativas do Brasil e é algo novo, que vem para quebrar a ilusão de que tudo pode acontecer dentro da unidade e ninguém vê”, disse a arquiteta da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal, Fernanda Paula Bortolato. Clique aqui e confira matéria relacionada.
Seriam investidos quase R$ 8 milhões provenientes dos Governos do Estado e Federal na construção da unidade diferenciada, que teria dormitórios, cozinha, refeitório, lavanderia, área para os profissionais da saúde, centro ecumênico, piscina semi-olímpica, escola, quadra coberta e de areia, além de oficinas para capacitação e ressocialização dos adolescentes, conforme projeto do governo do Estado.
A meta, dizia a arquiteta, é que a unidade de Várzea Grande fosse exemplo para todo o Brasil. “Temos algumas unidades no país que já são exemplo. E Mato Grosso está absorvendo o que tem de melhor em todas elas e implantando nessa nova unidade do Estado. O projeto contempla também adolescentes Portadores de Necessidades Especiais, que é uma concepção arquitetônica inteligente”, completou a arquiteta.
A unidade Socioeducativa de Várzea Grande deveria ser inaugurada em junho de 2011. No entanto, já está indo para o terceiro ano, e não passou de promessa - e o que é pior, o prédio está abandonado – e o dinheiro que foi investido está indo para o ralo.
Segundo reportagem de A Gazeta, a empreiteira alegou falta de recebimento e consequente incapacidade financeira para terminar as obras. A falta de segurança no local colabora para depredação dos imóveis, que tiveram todas as esquadrias e telhados arrancados. Em setembro de 2013, A Gazeta denunciou o caso, mas não foi resolvido até hoje. Com a exposição da estrutura ao tempo, a situação agravou e agora as paredes apresentam infiltrações e o mato toma conta da área não construída. Dentro dos cômodos a água empossada vira criadouro de mosquitos.
A Secretaria de Estado Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) garante que passou a ter responsabilidade pelas obras que atendem a demanda da pasta - depois de a publicação do decreto 2040 – em 10 de dezembro de 2013. E disse ainda à reportagem de A Gazeta, que a empresa Concremax irá assumir os serviços ainda esta semana – e que atual empresa solicitou prazo de 180 dias para entregar, segundo nota da assessoria de imprensa da Sejudh. (Com informações A Gazeta).
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
