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Política Terça-feira, 01 de Outubro de 2013, 12:00 - A | A

Terça-feira, 01 de Outubro de 2013, 12h:00 - A | A

Operação Miquéias

Quadrilha tenta fechar acordo em VG com Walace neste ano, aplicação da Previvag seria de R$ 20 milhões; Gestão Maninho investiria R$ 5 milhões, revela gravação da PF

Em seguida, o advogado diz que “antes de o prefeito ir para Brasília, ele precisava que Luciane estivesse em Várzea Grande para conversar com o “gestor”, logo após ele diz “prefeito não, é o presidente”.

por Edina Araújo/VG Notícias

Novas escutas telefônicas da Polícia Federal, autorizadas pela Justiça, revelam que em 2013, a quadrilha desmantelada na “Operação Miquéias”, por fraudar fundos em previdências tentou uma segunda investida em Várzea Grande.

Em 2012, a modelo Luciane Lauzimar Hoepers, apresentou o esquema para o então prefeito interino de Várzea Grande, Maninho de Barros (PSD) – atual vereador, porém, a operação não foi concretizada porque os conselheiros da Previvag não aceitaram a transação. Na ocasião, Maninho pretendia investir R$ 5 milhões do fundo de pensão dos servidores em títulos “podres”. Clique aqui e confira matéria relacionada.

Já em 2013, na gestão de Walace Guimarães (PMDB), conforme o relatório da Polícia Federal, o investimento seria de R$ 20 milhões.

Segundo a interceptação telefônica, o advogado Marden Tortorelli – detido durante a operação -, cobra uma visita de Luciane Hoepers para Cuiabá e Várzea Grande. Em um dos trechos da gravação entre 14 a 18 de abril de 2013,  Mardem cita que em Várzea Grande a conversa está bem adiantada, pois, eles já têm todos os cadastros mais ou menos encaminhados. “Vai ter que mudar, mas já serve para alguma coisa, agora eu preciso é que você consiga a situação de Várzea e manda por e-mail” diz Mardem à Luciane.

Em seguida, o advogado diz que antes de o prefeito ir para Brasília, ele precisava que Luciane estivesse em Várzea Grande para conversar com o “gestor”, logo após ele diz “prefeito não, é o presidente”.

Ainda, conforme o diálogo entre eles, Mardem informa que no outro dia apresentará o relatório ao gestor. “Eu vou mostrar para ele amanhã este negócio que você vai me mandar hoje. Vou mostrar para ele amanhã, isso aqui é 180, ‘ah o senhor pode vir aqui na terça feira de manhã, posso, terça-feira às 10 horas? Beleza, ótimo, aí vamos lá, aprendeu?’” diz trecho da transcrição.

Quanto ao investimento de R$ 20 milhões, o advogado diz que aconselhou o gestor a investir apenas R$ 10 milhões, já a lobista pede para Mardem não ir com muita sede ao pote - e afirma que o melhor seria investir primeiro R$ 5 milhões e depois mais R$ 5 milhões.

Luciane: “Deixa eu te falar uma coisa, mas não vai com muita sede ao pote em VG porque você já alardeou tudo ano passado com aquela estória toda. Pede para ele fazer 5 depois mais 5 entendeu?”

Mardem: “Eu sei, ele falou para mim que queria fazer 20, falei que não tinha como, vamos fazer 10 e depois faz isso, entendeu?”

Luciane: “Mas pede para ele fazer 5 em um mês depois faz 5, porque o que vai acontecer se ele for ao banco, já pensou...”

Mardem: “Eu já estou descolado”, Luciane: “É você já virou pós graduado”, Mardem: “Você quer me ensinar”.

Outro lado – Em entrevista à reportagem do VG Notícias, o atual presidente da Previvag, médico Jazon Baracat, negou que tenha conversado com qualquer uma das empresas citadas pela PF envolvidas no esquema. Segundo ele, diariamente o Instituto recebe a visita de várias empresas oferecendo aplicação de fundos, no entanto, os recursos do Instituto estão aplicados em fundo seguro na Caixa Econômica Federal.

Ainda segundo Jazon Baracat, todas as vezes que recebe alguma empresa interessada em conseguir a aplicação da Previvag, são feitas na presença dos conselheiros para evitar qualquer tipo de mal entendido. O presidente do Instituto afirma ainda, que nunca recebeu nenhum tipo de proposta referente a propina para fazer transação com outra empresa.

“Aplicamos o dinheiro da Previvag em um fundo de longo prazo. Apenas uma parte dos recursos foi para uma aplicação de curto prazo para preservar o patrimônio da instituição e garantir um rendimento melhor, o restante está tudo em aplicação em longo prazo”, justifica o presidente.

Quanto às gravações da PF, ele afirma que está surpreso e não tinha conhecimento do fato – mas que com certeza deve ser chamado para esclarecer - e está pronto à disposição da Justiça.

A reportagem tentou falar com o prefeito Walace Guimarães sobre a gravação, porém, não conseguiu. Mas Jazon garante que o prefeito nunca tocou no assunto com ele sobre este caso.

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