O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou a forma com que Dilma Rousseff tem respondido à atual crise. “Faltou, talvez, conversar mais com o país. E não fazer o que é moda: ler um texto que foi escrito por um marqueteiro." No entanto, tentou se mostrar solidário. "É fácil jogar pedra nesse momento, mas sei que a situação é difícil, é hora de compreender ", afirmou na noite de ontem (01.07), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
FHC ainda que a presidente demorou para chamar a oposição para o debate sobre a reforma política. "Acho que a presidente Dilma deveria ter chamado a oposição logo. Agora é tarde, já está tudo cozinhado".
Dilma prometeu enviar hoje ao Congresso a sugestão de realização de um plebiscito sobre o tema. O ex-presidente se mostrou contrário à medida e disse que o Congresso poderia votar "com certa rapidez" parte das alterações na legislação eleitoral.
Ele confirmou que foi procurado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), para tratar do assunto na última semana, mas disse que o petista não tratou da convocação de uma assembleia constituinte sobre o tema.
Quanto às manifestações, ele disse que são consequência de uma crise da vida "cotidiana" da população, e não apenas de uma crise das instituições do País. "O que vemos é a falência dos órgãos públicos há muito tempo. Esses são os problemas que afetam as pessoas, é uma crise das vidas cotidianas, e não das instituições", disse.
Ele também levantou o tema da classe média, abordado ontem pelo líder do PSDB, Aécio Neves, em artigo na folha. “A classe média está achatada e também sofre com os problemas na educação, nos transportes e na saúde. As pessoas estão cansadas da vida como ela é nas grandes cidades."
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