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Nacional Quarta-feira, 05 de Junho de 2013, 10:40 - A | A

Quarta-feira, 05 de Junho de 2013, 10h:40 - A | A

Congresso Nacional

Evangélicos protestam contra aborto e casamento gay

Manifestação organizada por Silas Malafaia em frente ao Congresso pretende reunir pelo menos 30 mil pessoas na tarde de hoje. Deputado do PT diz que intenção do pastor da Vitória em Cristo é pressionar Dilma às vésperas de 2014

Um protesto coordenado por evangélicos contra o aborto, o casamento gay, a censura às religiões e à imprensa promete reunir pelo menos 30 mil pessoas na tarde de quarta-feira (05.06) em frente ao Congresso Nacional. A manifestação pacífica é organizada pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e um conhecido opositor dos movimentos homossexuais. “Nós vamos descer o bambu, meu filho. O couro vai comer. Vai ser bonito”, disse ele, em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco.

Com a participação de shows com cantores cristãos e, claro, políticos das bancadas religiosas sobre os caminhões de som, o evento é aberto a todos os públicos. De acordo com anúncio veiculado em cartazes, emissoras de TV e na internet, “até ateus” podem participar. Em 2008, milhares de pessoas protestaram em frente ao Congresso contra projetos apoiados pela comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros).

A manifestação promete ser o primeiro grande ato contra a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que obriga os cartórios de registro a reconhecer a união civil entre pessoas do mesmo sexo e celebrar o casamento homoafetivo. Parlamentares da bancada evangélica não gostaram da decisão por entender que a determinação deveria partir do Congresso. O PSC pediu a derrubada da ordem ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas o recurso acabou arquivado pelo ministro Luiz Fux.

Ativismo - O deputado João Campos (PSDB-GO), ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, disse que a expectativa é de que 100 mil pessoas estejam no local. Ele afirmou que espera que “quase todos”, até os mais discretos membros da bancada evangélica, como Benedita da Silva (PT-RJ), estejam sobre caminhões de som. “Você sabe como político é”, lembra o deputado. O tucano diz que setores do PT tentam colocar uma “mordaça na imprensa”, a propor a regulação da mídia, e nas religiões. “O Estado laico não é o religioso nem o antirreligioso. É o que garante a liberdade de crença”, disse ele.

Ele afirmou ser contra o casamento gay por não considerar a situação de foro íntimo. “Namorar uma pessoas do mesmo sexo, morar junto, é do foro íntimo, mas consagrar isso como instituto da sociedade, não”, disse Campos.  “O Congresso não deliberou porque esse não é o desejo da sociedade”, disse. Para o deputado, um dos problemas da união entre pessoas do mesmo sexo é a adoção de crianças por parceiros homossexuais. “A psicologia diz que o primeiro elemento que amplia a visão de mundo delas é a figura do pai. Há um prejuízo para a formação da criança.”

Campos entende que a decisão do CNJ não é o mais importante mote do protesto, embora o Judiciário e o Ministério Público também sejam alvo dos evangélicos. “Mas não vamos perder a oportunidade de exteriorizar nossa insatisfação com esse ativismo do STF, do CNJ e do CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público].” Outro alvo da manifestação é o Projeto de Lei 122/06, que transforma a homofobia em crime. Ontem (4), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PDMB-AL), anunciou que a proposta deve ter sua tramitação acelerada na Casa.

Pressão sobre Dilma - Um dos coordenadores da Frente Parlamentar dos Direitos Humanos, Domingos Dutra (PT-MA) disse que a manifestação deveria ser mais propositiva. Para ele, o protesto tem como alvo também a presidenta Dilma Rousseff. “Além de uma pauta conservadora, tenta expor sua força para amedrontar a presidenta Dilma, às vésperas do pleito eleitoral”, analisa o deputado, em entrevista ao site. Malafaia negou a interpretação de Dutra: “Ele não sabe o que está falando. Ouviu o passarinho cantar e nem sabe o nome dele.” Veja a entrevista

Ele criticou o avanço das igrejas evangélicas ao retirar fieis da igreja católica por meio de meios de comunicação. “Têm usado a mídia e o charlatanismo”, afirmou Dutra. O deputado citou um exorcismo de uma pessoa na Igreja Universal do Reino de Deus, que, para ela, tratava-se de uma pessoa com fome. “E não tira [o demônio] de graça. Atrás dessas ações estão sempre presente o dízimo.”

Nascituro - O protesto está marcado para às 15h, horas depois da sessão da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara que tem como item na pauta o Estatuto do Nascituro. A proposta dá direitos aos embriões em formação como forma de inibir os abortos e cria a “bolsa estupro”, ajuda financeira para mães que optarem por ter as crianças mesmo após a violência sofrida. Pela lei brasileira, em caso de estupro, a mãe tem o direito de abortar o bebê. “Estamos trabalhando para aprovar”, disse ao Congresso em Foco o presidente de honra da bancada evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO).

por Eduardo Militão/Congresso em Foco

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