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Política Sexta-feira, 10 de Maio de 2013, 15:23 - A | A

Sexta-feira, 10 de Maio de 2013, 15h:23 - A | A

Desrespeito ao meio ambiente

Consórcio das obras da Copa joga resíduos de construção em área ambiental de VG; Dono de terreno é encaminhado a Delegacia e 13 caminhões são apreendidos

por Thaiza Assunção/VG Notícias

O Consórcio responsável pelas obras da Arena Pantanal - estádio que receberá a Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá -, foi flagrado na manhã desta sexta-feira (10.05), jogando resíduos de construção em área de Preservação Permanente (APP) em Várzea Grande. Os resíduos estavam sendo utilizados para aterrar uma APP localizada na estrada da Guarita, nas proximidades do córrego da onça, em uma construção irregular do empresário Sérgio Carlos Paiva.

O flagrante do crime foi feito pelo vereador várzea-grandense, Pery Taborelli – popular coronel Taborelli (PV), após receber denúncia dos moradores da região. O parlamentar acionou de imediato a Polícia Ambiental - que lavrou o flagrante e encaminhou o proprietário a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DEMA). Além do proprietário, foram apreendidos 12 caminhões caçambas, um caminhão de manutenção e três tratores de esteiras que jogavam os resíduos e espalhavam no local. Alguns caminhões possuíam adesivos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Os caminhões que transportavam as terras e os resíduos estavam a serviço da empresa Escavasul, que alegou possuir contrato com a construtora Mendes Júnior. No entanto, a maioria dos caminhões e máquinas apreendidas era de motoristas autônomos. A empresa presta serviços para o consórcio” Santa Bárbara” que operava nas obras da Arena Pantanal e Mendes Júnior que assumiu recentemente as obras da Arena e é uma das empreiteiras das obras do VLT em Cuiabá e Várzea Grande.

Construção irregular - Em entrevista ao VG Notícias, o dono do terreno que foi beneficiado com os resíduos, Sérgio Paiva disse que tem licença ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) para construir na área de preservação. No entanto, a licença concedida pela SEMA ao empresário é de  135 metros e o aterro já tinham avançado mais de 400 metros, conforme policias do meio ambiente constataram.

Sérgio ainda disse, que em um primeiro momento não tinha conhecimento de que Várzea Grande possuía uma Secretaria de Meio Ambiente, e por isso, procurou direto a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, e que acreditava que bastava a autorização da Sema estadual para realizar a construção. Segundo ele, após tomar conhecimento, foi informado de que 40% dos servidores da Sema/VG têm o habito de pedir propina, e por esse motivo, não foi à Secretaria Ambiental do município solicitar autorização, o que justificaria a falta de documentação para construir no local.

No entanto, conforme ele, mesmo assim, houve liberação verbal dos secretários Celso Brandão – que na época comandava a Sema/VG, e João Bulhões – que comandava a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, além de autorização verbal do ex-prefeito Sebastião dos Reis Gonçalves – Tião da Zaeli (PSD), com a ressalva de que ele deveria fazer um canal de escoamento para o córrego.

“Só tenho por escrito as autorizações da Sema do Estado, procurei a Sema do município que não me entregou nenhum documento, o que foi dito na época pelo secretário da gestão anterior, Celso Brandão, era que eu deveria apenas fazer um canal de escoamento para o córrego. Fizemos estas adequações no projeto, mas devido a demora da aprovação não poderia deixar de ganhar o aterro, porque tenho interesse de construir na área”.

O empresário alegou não saber quem mandou os consórcios jogar os resíduos na área. Ele afirmou só ter conhecimento que os consórcios são os responsáveis pelas obras da Arena Pantanal e que os resíduos vinham das obras.

“Eu não sei quem está mandando esses caminhões, sei que os resíduos são das obras do Verdão. Eles precisam desovar a área do estádio e o único terreno que tem disponível para receber é o meu. Eu não estou comprando, você acha que eu não vou receber o que está vindo de graça para mim?” disse o empresário.

Denúncia – Segundo fontes, para conseguir a liberação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Sérgio Paiva pagou cerca de R$ 200 mil.

Reincidência - De acordo com coronel Taborelli, cerca de dois mil caminhões já tinham jogado resíduos na área. O vereador garantiu não admitir este tipo de crime no município. “Estarei sempre atuante para combater o crime ambiental em Várzea Grande, é inadmissível que isso vinha ocorrendo há vários anos no município e ninguém tomava uma providência” argumentou.

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