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Economia Quinta-feira, 03 de Outubro de 2013, 10:59 - A | A

Quinta-feira, 03 de Outubro de 2013, 10h:59 - A | A

Produção de etanol de milho deve 'aliviar' o preço do grão em MT

Valores pagos na saca de milho variam nas usinas 'flex' e 'full'.

do G1 MT

A produção de etanol de milho pode aliviar os preços do grão em Mato Grosso. A alternativa de produção deverá contribuir para o aumento de renda do produtor mato-grossense, que sofre com a alta nos custos e a baixa rentabilidade do milho no Estado. Na última safra de Mato Grosso, a superprodução de milho, calculada em quase 22 milhões de grãos, fez com que o preço pago ao produtor pela saca de 60 quilos ficasse bem abaixo do preço mínimo, de R$ 13,02/sc.

Desta forma, um estudo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) aponta que a usina em planta “flex”, utilizando cana-de-açúcar e milho para a produção de etanol, seria a opção mais viável em curto prazo. Isso porque as adaptações nas usinas seriam menos custosas e o consumo de material para propulsão das caldeiras seria menor, visto que o bagaço da cana-de-açúcar tem a mesma função da madeira, sendo complementar.

Em valores, o investimento para uma usina de planta “flex”, utilizando 500 toneladas de milho por dia, durante 105 dias por ano, seria de R$ 18 milhões. Já para uma usina de planta “full” (somente milho), processando 500 toneladas ao dia, 330 dias por ano, o investimento seria de R$ 45 milhões. Os valores pagos na saca de milho ao produtor também variam de acordo com o modelo de planta da usina, a “flex” poderia pagar R$ 20 na saca, já a “full” R$ 18. Atualmente, isso representaria um crescimento de mais de 50% em relação ao que vem sendo pago aos produtores do Estado.

O diretor técnico da Associação dos Produtores de Mato Grosso (Aprosoja), Neri Ribas, ressalta que as indústrias de etanol irão contribuir para a competitividade dos preços do milho. No entanto, ele ressalta para a necessidade de estudos de mercado e de estrutura. "É preciso fazer tudo com cautela para que o benefício não se torne um prejuízo", informa.

Ainda segundo o Imea, numa perspectiva de produção em que as oito usinas ativas em Mato Grosso começassem a operar usando 500 t/dia, seriam consumidas pouco mais de 1,3 milhão de toneladas do grão ao ano, o que estaria ainda longe de solucionar o problema, já que o estado produziu esse ano 22 milhões de toneladas de milho.

O presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Piero Vincenzo Parino, ressalta que a produção de etanol de milho não irá competir com a de cana-de-açúcar. "Uma completará a outra". Ele ainda ressalta que este cenário implicará na necessidade de investimentos no setor.

Em Campos de Júlio, município a 692 quilômetros de Cuiabá, a indústria Usimat já produz etanol de milho. O presidente da empresa, Alfredo Scholl, ressalta que não foram necessárias muitas adaptações. “Fizemos a troca da preparação que é adicionada, ao invés daquela para cana-de-açúcar, usamos uma para produção de cereais. Além disso, fizemos o anexo de equipamentos de recepção de grãos e armazenamento como silos, moegas, tombadores, redler e elevadores, mas a maioria dos equipamentos usados são os mesmos”.

Conforme ele, os recursos de investimento foram próprios, e chegaram a R$ 47 milhões, sendo que 60% foram para a adaptação para planta flex, e 40% para produzir o DDG, sigla em inglês que significa proteína desidratada, usada na alimentação animal.

Já usina Libra, em São José do Rio Claro, a 325 km de Cuiabá, inicia a produção nas próximas semanas. Na únidade foram investidos inicialmente R$ 20 milhões, que chegarão a R$ 35 milhões. A usina tem pretensão de usar 180 mil toneladas de milho em 2014 e 280 milhões em 2015, e de recuperar os valores investidos em três anos.

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