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Artigos Segunda-feira, 16 de Janeiro de 2017, 11:43 - A | A

Segunda-feira, 16 de Janeiro de 2017, 11h:43 - A | A

opinião

Madaya Mom

                                                                                                                      por Rosana Leite Antunes *

É do imaginário humano a criação de figuras especiais, com a finalidade de trazer a segurança, e, até certo ponto, felicidade com ações inesperadas. Assim surgem os denominados super-heróis e super-heroínas. Dentre os personagens criados, algumas mulheres fictícias conseguiram o respeito pelos poderes e atitudes.

Em 1942, a DC Comics da ‘vida‘ à Mulher Maravilha. Segundo os quadrinhos, é princesa e embaixadora da paradisíaca ilha Themyscira, que foi enviada para propagar a paz, tendo se tornado integrante da Liga da Justiça. Ela possui um avião invisível, tiara e braceletes, e, ainda, a telepatia a seu favor. Outra figura de sucesso é a Batgirl, criada para contribuir com Batman e Robin em Gotham City. É filha de um comissário de polícia, possui poderes meta-humanos para lutar pelo bem, sendo outra criação da DC Comics.

Esses personagens sempre fizeram com que realidade e ficção ficassem em destaque. Coragem é o atributo principal dos heróis e heroínas, com habilidades excepcionais. O conceito de justiça para cada um deles é fator primordial para que consigam tantos seguidores e fãs. Longe da fantasia, o mundo sempre buscou por pessoas que salvassem a pátria. No Brasil, quando aparece alguém que alça destaque em qualquer lugar, brasileiros e brasileiras se encantam com a possibilidade de dias melhores. A verdade é que clamamos por supermulheres e super-homens.

A Marvel, pensando nos dias atuais, criou uma super-heroína inspirada na realidade. Madaya Mom é um gibi digital onde uma mulher faz a diferença. Foi criada por Dalibor Talajic, inspirada nos conflitos da Síria, e em histórias fidedignas. Mãe Madaya tem cinco filhos, e mora com a família em ambiente de guerra. Os seus poderes se perfazem em instinto de sobrevivência, maternal e resistência sobre-humana. A protagonista precisa passar por sacrifícios para poder garantir a alimentação dos filhos, porquanto, a guerra civil trouxe a escassez de alimentos. O frio é outro obstáculo terrível para essa genitora heroína, principalmente porque a interrupção de energia elétrica é constante na região, sendo necessárias lenhas para se esquentar. Inclusive, a família precisou queimar o único guarda roupas da casa para diminuir o frio. A história se inicia com os seguintes relatos: ‘Hoje nossa única refeição foi arroz e sopa de feijão. Nossos corpos não estão mais acostumados com a alimentação (...). Meus filhos estão ficando doentes, com fortes dores no estômago por causa da comida, pois seus corpos não conseguem digerir e absorvê-la, pois ficaram com fome durante muito tempo.

A realidade é muito próxima a essa novel mulher guerreira, sem parentes e amigos importantes. A vida real está presente, o que pode ser visto pela sua fala exordial. Sem dúvidas, é uma super-heroína dos dias atuais, tal como uma infinidade de mulheres em suas batalhas diárias. Por mais que as tarefas, por vezes, sejam divididas entre progenitores, a parte mais trabalhosa é sempre da mulher. No Brasil, quantas supermulheres podem ser vistas? Madaya é contemporânea e verdadeira, fazendo coro à labuta eterna de muitas. A comunicação em massa dos gibis, certamente, será motivo de reflexão aos leitores e leitoras.

Em terras mato-grossenses, conheci uma mulher com poderes semelhantes aos de Madaya Mom. Cuida-se de Dona Galega, esposa do Sr. Davino, que viveu na Praia do Poço, na divisa dos municípios de Santo Antônio do Leverger e Barão de Melgaço. Dona Galega, com uma receptividade que contagiava, vivia da pesca, juntamente como o marido. Nunca saiu daquela localidade, que para ela era o paraíso (e é). Recebia todo mundo que lá chegava com muito afago, oferecendo as suas especiarias, dentre elas: doce de leite e rapadura. Viveu e sobreviveu com seu instinto surreal. Tinha diversos poderes: amor, paz, carinho, solidariedade...

*Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual

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