12 de Maio de 2024
12 de Maio de 2024
 
menu

Editorias

icon-weather
lupa
fechar
logo

Artigos Sexta-feira, 08 de Abril de 2016, 17:17 - A | A

Sexta-feira, 08 de Abril de 2016, 17h:17 - A | A

Opinião

Aeroporto: 60 Anos dividindo Várzea Grande

Situado no município de Várzea Grande, o Aeroporto está localizado a 8 km do centro de Cuiabá

por Wilson Pires de Andrade*

Tudo começou em 1920, quando as condições para se atingir a imensidão do Estado era precária e o meio de transportes mais rápido e possível era o avião.

A aviação na vida econômica do Estado foi fundamental e serviu como ponto inicial para ativar a economia e a política de Mato Grosso.

Em 1938 o engenheiro civil Cássio Veiga de Sá, deu início ao projeto de construção do Aeródromo de Cuiabá. O campo de aviação localizava-se no Bairro Campo Velho, cujo nome originou-se a atual Vila Militar. Outro campo de pouso foi inaugurado em 1939, com uma estação de passageiros e hangares, com primeiro pouso do trimotor Junker-52 e operavam companhias como a Cruzeiro do Sul, Panair do Brasil e a Real Aerovias, assim como o Correio Aéreo Nacional.

Por volta de 1942, com a instalação do Distrito de Obras de Cuiabá, do Ministério da Aeronáutica na cidade, começaram os estudos para a construção de um novo aeroporto na capital mato-grossense. Para esse fim apresentaram duas opções de localização, uma no Campo da Ponte e outra em Várzea Grande.

A princípio deliberou-se para o Campo da Ponte; entretanto dadas as condições mínimas de tráfego para a localização em si, o MAER exigiu do governo de Mato Grosso a construção de uma nova ponte para dar vazão ao fluxo do tráfego. O poder executivo estadual achou mais fácil doar ao Ministério da Aeronáutica uma área de 700 hectares localizada na região no município metropolitano de Várzea Grande para abrigar o aeroporto, por oferecer melhores condições.

As dimensões e formato foram considerados adequados e importantes para o desenvolvimento da sua infraestutura.

Em 1945 começaram o desmate e o aterro, sendo a pista de pouso a primeira obra inaugurada em 1956. Também nessa época, foram levantados os prédios pioneiros, a sede do distrito de obras e a casa do guarda-campo. No ano seguinte, a sede do canteiro de obras foi transformada em uma estação de passageiros que, precariamente, abrigava as companhias de aviação.

Esse prédio obedecia à arquitetura militar da época, sendo todo em arco na fachada. Por todo o período em que serviu de estação de passageiros, o prédio passou por inúmeras modificações, abrigando as companhias e órgãos que eram ligados diretamente à aviação.

Em 1964 foi inaugurado o terminal de passageiros e o aeroporto foi administrado pelo extinto Departamento de Aviação Civil (DAC) até 03 fevereiro de 1975 e conforme Portaria nº 102/GM-5/23 de dezembro de 1974, do Ministério da Aeronáutica, passou para jurisdição da INFRAERO

A AVIAÇÃO - Em 1930 Cuiabá entrou para a história da aviação civil brasileira quando foi inaugurada a linha aérea São Paulo/Três Lagoas/Campo Grande/Corumbá/Cuiabá, operada pela Empresa de Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul (antigo Sindicato Condor).

O trecho Corumbá/Cuiabá era uma linha com 435 quilômetros de extensão sobre o Pantanal, que nas enchentes se transformava numa imensa lagoa anulando todas as referências de auxílio à navegação, que tinha apenas a bússola. Eram quatro horas de preocupação e era feito pelos hidroaviões monomotores Junkers F-13 de fabricação alemã que voava á 130 quilômetros por hora, refrigerado a água com cabine de comando descoberta, obrigando os tripulantes ao uso de óculos e capacete de voo, que decolavam do rio Paraguai e pousavam no rio Cuiabá. Voava sobre o Pantanal infestado de jacarés (trechos de carta do comandante Alderico Silvério dos Santos, na década de 30, radiotelegrafista do Sindicato Condor).

Com o monomotor F-13 foi aberto o tráfego para a primeira linha do interior do Brasil. De Corumbá a Cuiabá, fazia-se uma escala intermediária em Porto Jofre. Foi essa linha precursora da marcha para o oeste, inaugurada em 24 de setembro de 1930.

Na década de 50, o aeroporto contava apenas com um hangar, e dois aviões, um Stirson 165 e um C-170, além de uma simples Estação de Passageiros com três boxes, onde funcionavam a Panair, Cruzeiro do Sul e Nacional. A aviação comercial partia diariamente com destino ao Rio de Janeiro e a de pequeno porte, era servida por aviões Cessna, C-195, C-170, C-140 e outros para atender o garimpo e as fazendas do Pantanal.

O abastecimento era feito em latas de 20 litros, com funil e filtro de camurça; o estoque vinha por Corumbá em tambores de 200 litros e daí por via fluvial até Cuiabá; a manutenção era de pátio, pois não existia oficina, foi uma época de improvisos e aventuras; pilotos e mecânicos envolvidos com suas máquinas de voar. O moderno transporte abriu o Centro Oeste até 1960 e após 70 desbravou a Amazônia.

O AEROPORTO - Situado no município de Várzea Grande, o Aeroporto está localizado a 8 km do centro de Cuiabá, cidade mais importante a qual ele serve.

Em seu interior, existem duas grandes obras de arte demonstrando as belezas do Pantanal: um quadro do pintor Clóvis Hirigaray mostrando um índio e um quadro do artista várzea-grandense Daniel Dorileo mostrando uma arara-azul, que dão identidade ao aeroporto.

Em 1996, o aeroporto alcançou a categoria internacional e em 2000 a Infraero começou a construir um terminal de passageiros e reformar o pátio e a pista de pouso e decolagens. O novo terminal foi inaugurado em 30 de junho de 2006, aumentando a capacidade para um milhão de passageiros por ano.

A Infraero em 2009 modernizou o complexo aeroportuário composto por um terminal de passageiros com dois pisos, praça de alimentação, lojas, elevadores, escadas rolantes e climatização além de construir um Terminal de Carga Aérea.

Pensando na Copa do Mundo de futebol, em 2014 o antigo terminal foi demolido para construção de um novo complexo. As obras continuam e o aeroporto vai ganhar novas pontes de embarque/desembarque, ampliação do pátio de estacionamento das aeronaves e das vias de acesso ao aeroporto.

Por força da Lei nº 4.629, de 14 de Maio de 1965 o aeroporto ganhou o nome do desbravador e militar brasileiro de origens indígenas, Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. Abolicionista e Republicano, Rondon explorou a região amazônica construindo 372 km de linhas e cinco estações telegráficas, desenvolvendo relações amistosas com os povos indígenas e abrindo caminhos do interior do Brasil. Cabe destacar que Rondon foi o segundo ser humano a nomear um meridiano: o meridiano 52 é uma referência para a história das comunicações no Brasil.

Localizado praticamente no meio de Várzea Grande, o Aeroporto Marechal Rondon, dificulta a integração do centro da cidade com os diversos bairros do grande Cristo Rei.

 

*Wilson Pires de Andrade é jornalista em Mato Grosso 

Diga NÃO as queimadas! Clique AQUI 

Siga a página do VGNotícias no Facebook e fique atualizado sobre as notícias em primeira mão (CLIQUE AQUI).

 Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).   

RUA CARLOS CASTILHO, Nº 50 - SALA 01 - JD. IMPERADOR
CEP: 78125-760 - Várzea Grande / MT

(65) 3029-5760
(65) 99957-5760