por Geraldo Araújo*
O calendário eleitoral de 2016 deve ser observado com muita atenção, não só pelos políticos, mas pelas pessoas de bem que pensam nas futuras gerações e, não somente na próxima eleição.
Nesse dia 02 de abril (sábado) foi o último dia para as filiações partidárias para quem deseja participar do processo eleitoral no Brasil, como candidato a prefeito, vice-prefeito ou vereador.
Trazendo para o cenário de Várzea Grande, vamos fazer um relato de tudo, ou, quase tudo que ouvimos sobre as filiações partidárias e o dia 2 de abril de 2016.
Recebemos notícias, embora ninguém consiga provar, que a última semana foi um leilão, correndo dinheiro ou promessa do mesmo, de figurões, ou de personagens que se acham figurões da política, que querem ser candidato na próxima eleição, trocando de partido sem justificar ou explicar a atitude.
Candidato a vereador contando como vantagem, que lhe ofereceram dinheiro para se filiar, mas o dinheiro mesmo ninguém viu.
Não é o caso de compra ou venda de candidatura, mas, só para citar um exemplo, do que estou dizendo, é o de uma pretensa candidata a qualquer cargo – sim, porque a mesma já se lançou a tudo, vereadora, vice-prefeita ou prefeita - que mudou de partido quatro vezes nos últimos meses e todas as mudanças devidamente comunicadas à imprensa e em redes sociais, com direito a pose para foto e anúncio de candidatura. Tipo festa de Marajá.
Temos também o anúncio de filiações de vereadores feitas dia 2 de abril, sendo que o prazo para mudança de partido para os mesmos era 18 de março, a chamada janela, na qual não há risco de infidelidade partidária.
Tudo bem que a filiação é um ato praticado no partido e depois comunicado à Justiça Eleitoral, portanto, isso pode ter ocorrido, mas se a Justiça Eleitoral fizer um levantamento minucioso, vai perceber que houve filiações fora do prazo estipulado na minirreforma eleitoral.
Temos também o caso do deputado que assumiu a direção de um partido em Mato Grosso e expulsou um filiado em Várzea Grande, porque o mesmo exigiu o apoio de determinado cabo eleitoral, que apoia o filho do deputado que pretende ser vereador. A expulsão foi motivo de Glória.
Neste caso, segundo informações, de acordo com a política atual, o deputado teria razão porque emprega a esposa ( que seria fantasma) do cabo eleitoral, que tem os direitos políticos suspensos pela justiça até 2018 e seria imprescindível para a eleição do filho do deputado.
Por tudo isso, pergunto a cada cidadão várzea-grandense, aquele que paga seus impostos e que não participa da política, será que acertos relatados e outros de conhecimento da sociedade, vão mudar a política e gestão pública de nossa cidade?
Será que quem comprar o mandato, por meios escusos e usar de abundância de dinheiro no processo eleitoral, depois de eleito vai respeitar o cidadão?
Será que a compra do mandato, não vai exigir o pagamento depois da posse? Será, que com isso, não vai continuar faltando medicamento no Pronto-Socorro?
Será que a segurança pública vai melhorar, com a preocupação primeira do eleito em tirar o dinheiro que investiu na campanha?
A resposta é: Claro que não, quem não obedece à legislação e tenta ludibriá-la, quem usa de meios escusos para ganhar eleição não vai respeitar o cidadão depois de eleito.
Basta lembrarmos o último prefeito eleito em Várzea Grande, aquele que a Justiça Eleitoral cassou porque usou de meios ilícitos para ganhar a eleição e depois transformou sua administração em mar de corrupção e desvio de dinheiro público.
É ISSO QUE QUEREMOS NOVAMENTE PARA VÁRZEA GRANDE?
Não. Precisamos repensar, fiscalizar, tomar conhecimento dos fatos e participar com o voto consciente, ou, continuaremos tendo uma cidade ruim para se viver por causa dos políticos que elegemos.
*Geraldo Luiz de Araújo - Advogado e jornalista em Mato Grosso
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